Já estou cansado desta vida minha.
Fazem mais de duas semanas que eu não tiro férias.

Pra celebrar toda esta preguiça impregnada, já estou de passagem marcada pra capital francesa.

Afinal, Paris é ali.
Tem gente que acha Paris longe.

Mas isso é apenas psicológico. Procure um psicólogo, faça terapia e logo descubrirá que Paris é logo ali.

Acessível como o seu bairro mais próximo, tanto que eu vou de ônibus.

Hospedagem? Sempre existe um amigo em cada esquina, e pra comer, nada que um vale alimentação não possa resolver.

Todo ser humano deveria ter obrigação de ir a Paris pelo menos uma vez por ano.

O governo deveria propiciar isto dentro de um pacote básico pra toda família.



Já venho publicando aqui algumas fotos das viagens passadas a Paris, para que os leitores deste blog, (todos os sete), possam entender nas imagens os meus argumentos.

Se clicar na foto pode-se vê-la em toda sua grandeza parisiense.
















Os pobres por exemplo, podem visitar o cemitério Père Lachaise Cemetery. É de graça e pela primeira vez o senhor ou senhora poderá sentir-se superior aos ricos, famosos e célebres que lá estão encaixotados.

Esse negão lindo aí trabalhava comigo.

Quando o conheci, interessado nos assuntos africanos, perguntei de onde ele era.
Congo, foi sua resposta.
Que coincidência, pois eu conhecia um outro congolês.
Apresentei os dois.

Quando encontrei o tal congolês, no dia seguinte, ele me falou que esse aí não era congolês, pois não falava nenhuma língua local ou mesmo francês.

Voltei ao negão e re-perguntei, argumentando que o outro congolês me havia dito que ela não era de lá.
Ele então me disse ser Nigeriano.

Perguntei então sobre algo da cultura babalaô, que existe no Brasil, de Iemanjá e orixás, e ele não sabia de nada, concluindo então que ele não era também nigeriano.

Parece então que ele estava decidido a não revelar o seu país de origem. Mas por quê?

Cada dia , a cada pessoa diferente, ele afirmava ser de um país africano diferente.

Foi então que ele indicou aguém para alugar um dos meus quartos no meu ap.

Era uma crioulinha simpática e magrinha de Serra Leoa.

Foi então que perguntei a ela de onde era o tal negão aí da foto acima, já que os dois frequentavam a mesma igreja.

Ela então me disse que ele era do Sudão.

Mas por que ele não assumia o seu país de origem?

Ela me explicou que era por pura arrogância. O Sudão é um dos países mais fodidos da Africa, com grande maioria mulçumuna, sendo o amigo cristão.

Ser do Sudão era como se alguém fosse da America do Sul e não quisesse dizer que era do Paraguay.










Depois ele estave me visitando no ap que eu morava e eu tirei estas fotos aí dele.

Meu grande amigo e pareceiro teatral, Ademir Rosa, morreu, consumido pelo câncer sem pudor, e eu não estava lá, pra dividir com os outros amigos o último adeus.











Minha vó, aos 104 anos também se foi, quando suas células se cansaram de metabolismo, e eu não estava lá pra dizer adeus junto com a família.





















Meu pai também se deixou levar pelo capricho de ataques cardíacos e eu lá não estava pra dividir com a família a última indignação.


Não fui no velório da Beatriz, impossível ir ao do Hector.


Será que no meu próprio enterro, eu também não estarei presente?